Seu Francisco da Silva

Meu nome é Francisco da Silva, tenho 41 anos. Nasci em Pindoba, agora o lugar direito não sei. Morei pouco tempo lá, só fiz nascer, daí fui me criando por qui e por co lá nas fazendas nos interior. Eu vim pra cá porque achava que na capital era melhor do que nos interior. Antes de chegar aqui (Vila Emater II, VCR), morava ali no Jacintinho na Grota do Cigano. Vim pra cá porque meu cunhado morava aqui.
Quando cheguei aqui tinha poucos barracos, depois foi chegando mais gente, mais gente, fazendo os barracos e hoje é do jeito que tá. Fazia feira no Mercado, energia aqui não tinha era gambiarra depois foi que começaram a botar esses postes, ai cedeu energia pra todo mundo, botou contador. Hoje tá uma cidade.
Eu tenho quatro filhos, meus irmãos são todos falecidos, mas tem um que mora em Mar Vermelho (cidade ...)por parte de pai só. Aqui mora minha filha, minha esposa e meus outros três filhos.
A primeira vez de trabalhar no lixão achei ruim porque não tinha o costume, fui me habituando, com mais ou menos um mês me acostumei. O primeiro barraco que morei foi esse daí onde era do Tenório ai embaixo. Depois foi quando teve a invasão aqui em cima, meu cunhado pô pegou esse daqui e me deu pra mim.
Eu trabalhava por Tenório, acho que tá comprando material lá no depósito pra banda do Dique Estrada. Aqui foi bom pra tudo, porque o camarada que não tem emprego era o “ganha pão” da gente sobreviver.
Se fizesse as casas da gente, era melhor pra gente. O fato mais triste é quando o cara tá desempregado não tem um serviço fixo, mas agora graças a Deus tenho o meu serviço, vai fazer sete anos que trabalho na Vivo Ambiental, tou por aqui sobrevivendo até quando Deus quiser. O fato mais alegre é tá trabalhando, parado é que não dar.
Moro há quinze anos na Vila Emater.